quinta-feira, 14 de junho de 2012

A leitura como remédio da alma


Sim, ela era feliz. Havia dias em que tudo corria tão bem que às vezes ela até se esquecia de agradecer a Deus por eles. Contudo, ela também sabia que dias tristes existiam, e, apesar do fato desses dias chegaram tão repentinamente, ela lidava bem com eles. Ela entendia que os dias, tanto os bons quanto os ruins, faziam parte da existência dela. E de todos.
 Levava a vida bem. Não comia mais tantas bobagens quanto antigamente, e, por causa disso, havia finalmente perdido aqueles quilinhos que tanto a incomodavam. Tinha mais facilidade para acordar cedo também. Relacionava-se bem com os pais e tinha bons amigos. E o melhor de tudo era que não tinha mais aquela necessidade estúpida de fazer com que todos gostassem dela.
 Porém, havia dias, como as quartas à noite e os domingos à tarde, em que se sentia tão absurdamente sozinha, que pensava que, além da morte de fome e da morte de sono, ela inventaria a morte de solidão. E era nesses momentos em que Sidney Sheldon tornava-se seu  amante, Nora Roberts sua mãe e Harold Robbins seu melhor amigo.
 Fechava a porta de seu quarto, pois a TV que seu pai via no quarto ao lado não a deixava se concentrar direito. Abria o livro na última página em que tinha lido e depois, como que numa mágica, tudo ficava bem...

Nenhum comentário:

Postar um comentário